O uso dos livros – parte 2

Dando continuidade ao tema “O uso dos livros”, continuaremos a explorar alguns tópicos relevantes em se tratando do melhor aproveitamento daquilo que lemos.

Já tratamos de quatro aspectos em nosso texto anterior. Desenvolveremos agora, com bastante detalhes, um ponto que se situa entre os mais valorizados: pensar a respeito do que está sendo lido!  Vamos pois ao nosso quinto item:

5) Pense. Não fique simplesmente memorizando ou revendo o texto. Você deve pensar a respeito do que está lendo.

Como você definiria o ato de pensar? Poderíamos dizer que o ato de pensar compreende dispor de três habilidades, quais sejam:

  • a) procurar implicações de fatos e de princípios com destreza, com esperteza e com perspicácia;
  • b) procurar observar conceitos e princípios que estão associados a um ou mais tópicos;
  • c) descobrir novos relacionamentos presentes em um tópico ou entre vários deles.

Você pode desenvolver estas habilidades enquanto lê. Há algumas técnicas que podem ajuda-lo a ler construtivamente e com boa retenção.

Em se tratando do ato de pensar a respeito daquilo que lemos, descreveremos a seguir sete recomendações que você poderá seguir.

  • a) Antes de ler o texto em si, procure conhecer o índice geral do livro e, em particular, os tópicos presentes no capítulo em análise. Seria também uma boa ideia ler as partes introdutórias de cada capítulo. A partir daí, construa uma estrutura, por escrito e por capítulo, através de diagramas em bloco ou de fichas, que lhe permitirão inserir os fatos e ideias presentes em cada capítulo.

 

  • b) Enquanto estiver lendo, procure mentalmente ou por escrito, delinear o que está sendo exposto.

Este procedimento se mostra bastante útil, mormente se adquirirmos o hábito de manter um lápis borracha, caneta e papel sempre à mão com a finalidade de anotar os tópicos que nos chama a atenção. Anotar pequenas frases, relacionar fatos através de linhas de chamada, asteríscos, tudo aquilo que se associa a imagens visuais e escritas, com a finalidade de registrar a essência daquilo que estamos procurando assimilar. Com estas ações se torna possível elaborar, em algumas páginas, um panorama global referente àquilo que está sendo estudado. De quebra, o esquema se mostra de grande auxílio para evidenciar o modo como as particularidades do texto se relacionam, facilitando seu entendimento. É importante perceber que não necessariamente este quadro geral deve ser elaborado de acordo com a estrutura com que o texto foi originalmente montado, qual seja, a forma como o autor o criou. Você tem toda a liberdade (e também é muito interessante que o faça) de criar seu próprio seqüenciamento das informações contidas no texto, tornando seu delineamento mais pessoal e mais significativo. O próprio trabalho de reelaborar as informações se mostra proveitoso no sentido de melhor fixar os conceitos e idéias constantes no texto.

 

  • c) Ao longo do processo de leitura do texto, procure estabelecer conexões lógicas entre os fatos e as idéias nele presentes, bem como os fatos e idéias que você já deve dominar, originárias de textos anteriores ou provenientes de conhecimentos adquiridos no seu dia-a-dia.

Temos aqui uma extensão daquilo que propusemos anteriormente. Trata-se de uma expansão das informações referentes ao texto. Agora, além daqulo que você procura relacionar com base apenas e tão somente no conteúdo do texto, propomos que sejam desenvolvidos complementos baseados em seu próprio conhecimento a respeito do tema.

A idéia básica é criar seu material, enriquecendo as informações do texto (que se mantém, no entanto, como sua linha mestra e delimitadora do tema que está sendo destrinchado). Assim, procure estabelecer princípios, aprofundamentos de conceitos e generalizações que possam ser definidos não apenas com base naqueles textos que você está estudando no momento, como também por meio das outras fontes que aqui foram comentadas. Este material anterior, agora agregado aos recém estudados, poderão vir a ser aplicados em ocasiões futuras, nas questões com as quais você ainda virá a se confrontar.

Ao ser apresentado a novos conceitos, procure sempre analisar as situações e os exemplos expostos, bem como deles extrair aquilo que possuem em comum, juntamente com os pontos discordantes. Que tal também procurar desenvolver seus próprios exemplos e contra-exemplos, se for o caso? Estas atitudes valem mais do que horas se debruçando sobre o mesmo texto, repetidamente. Procure estabelecer abstrações, as mais concretas e significativas possíveis. Quando nos referimos acima aos contra-exemplos, é importante ressaltar que estamos nos ocupando em explorar situações (casos) que venham a se contrapor aos conceitos afirmados. Como você poderia obte-los? Através de pesquisas… Hoje em dia, a primeira escolha recairia imediatamente em buscas na Internet – porém, não se descuide, sob nenhuma hipótese, dos tradicionais livros, artigos e outras fontes que julgar convenientes.

Temos aqui uma importante afirmação a lhe fazer. Talvez seja um pouco difícil assimila-la agora, porém acredite: ela é verdadeira e realmente funciona! Consiste no fato de que se você estiver aprendendo algo na escola que valha realmente a pena, como conseqüência o mundo exterior, fora das paredes deste ambiente, será visto de modo distinto!

Por que razão fizemos este comentário exatamente neste ponto? Pois se você vier a aplicar esta idéia, ou seja, procurar utilizar os frutos de seus estudos em qualquer circunstância em que eles se mostrarem adequados, com certeza será capaz de a eles dar-lhe o devido valor.

Tente ao máximo armazenar, manter, se lembrar permanentemente de tudo aquilo que estiver lendo, estudando, analisando. Não nos referimos a guardar palavra por palavra, item a item, mas sim, quando necessário, poder reconstituir os temas a serem recuperados, seja a partir de sua biblioteca particular, consultas na Internet ou “e-books“. Procurar saber aonde buscar informações que já foram, de algum modo, por você processadas. Dê a devida importância aos conceitos por você incorporados. É importante que sejam mantidos ativos, não os esquecendo, não os desprezando.

Como exemplo de aplicação destes conceitos, lembre-se que, durante a continuidade de seus estudos, ao ingressar numa escola de nível superior, ou mesmo no mercado de trabalho, você terá ao seu dispor novas habilidades e sabedoria.

 

  • d) Atente para a importância de praticar a habilidade de sempre se questionar e de perguntar.

Procurar sempre sanar suas dúvidas. Se elas surgem, representam um forte indício de que você está aprendendo. Tente sempre responder, através de pesquisas ou por meio de suas próprias conclusões aos questionamentos que vier a fazer. Se não conseguir, pergunte, pergunte sempre: aos professores, aos colegas. Nunca, sob nenhuma circunstância, fique remoendo suas dúvidas.

Procure também saber se realmente você conhece o caminho das pedras em se tratando de esquematizar suas dúvidas. Por exemplo, habitue-se a desenvolver questões tais como: “E então?”, “E daí?”, “Quais são as conseqüências?”, “Se isto é fato, o que ocorre posteriormente?”, “O que posso concluir a partir deste conceito?”, “Em quais situações estes fatos podem ser aplicados?”, “Como este conceito se relaciona com este outro?”, “Se este conceito é válido, devo repensar outros que considerei como corretos até agora ou trata-se de uma generalização do que já conheço?”, “Será que devo reformular meus conceitos anteriores?”, “Como este novo fato se acomoda diante dos tópicos que estou estudando?”, “Se os novos fatos não se ajustam ao que já assimilei, o que devo fazer para reformular meu ponto de vista de modo adequado às novas situações que surgem?”, “Quais seriam as considerações que justificam os novos fatos e quais não?”

Procure uma resposta coerente aos seus questionamentos. As sugestões aqui apresentadas consistem em meros exemplos de como começar a sanar suas dúvidas. O importante mesmo é sempre, sempre tentar responde-las por si só, antes de buscar o auxílio de colegas e professores. Com isto, você vai se habituando a dispor de autonomia na solução de suas dificuldades.

 

  • e) Dê uma de “vidente”, procurando antecipar os conceitos que estão contidos nos parágrafos que se seguem àquilo que está contido no texto que você está estudando.

A idéia de simular uma vidência pode parecer brincadeira, mas estamos falando sério. Você pode, em deteminados momentos, até adivinhar o que será comentado pelo autor algumas linhas adiante. Todos nós temos esta capaciidade que, diga-se de passagem, nada tem a ver com fenômenos paranormais. O fato é que, quando conseguimos prever aquilo que o autor dirá adiante, na seqüência daquilo que estamos lendo, é porque nos encontramos em condições de inferir as implicações daquilo que está sendo lido. Isto é um bom sinal, pois nos mostra que o conteúdo do texto está sendo absorvido adequadamente. Imagine porém que estejamos na situação contrária, qual seja, lemos várias partes do texto, numa ordenação lógica, porém não temos a mínima idéia para onde o autor deseja nos levar…

O que fazer diante de uma situação deste tipo? Neste caso, procure perceber se você é capaz de explicar ou concluir algo a partir daquilo que você acabou de ler, independentemente daquilo que o autor exporá alguns parágrafos adiante, baseando-se em conceitos aos quais você já foi exposto anteriormente, seja num passado recente ou não. Se, mesmo assim, você constatar que não há a menor chance de estimar o fechamento do tema proposto pelo autor, execute uma marcação nesta região do texto, indicativa de que esta parte do livro merece uma revisão. Isto pois, muito provavelmente, este conteúdo deve tratar de um novo conceito que lhe é desconhecido.

 

  • f) O que fazer após a leitura de um tópico em um livro?

Quando você se depara, em um trecho do livro considerado, com novos fatos, com conceitos inéditos, com princípios até então nada familiares após ser a eles apresentado, procure efetuar uma pausa, pensando naquilo que foi lido e tente (realmente) deles extrair as suas conclusões, por mais simples que sejam. Na seqüência, ao ler os próximos trechos ou tópicos, procure verificar se suas conclusões se relacionam àquelas novas informações que são apresentadas nesta outra parte do livro.

 

  • g) Detetou pontos no livro que lhe parecem incoerentes?

Caso consiga identificar algo no material que você está estudando que lhe pareça contraditório, sem sentido, confuso, não pertinente ou, ainda, inconsistente (e, em algumas raras ocasiões, devido a erros cometidos pela própria editora ou ainda pelo autor), não se abale. Marque tais trechos com destaque, no próprio livro e, num primeiro momento, desvie seu foco destes itens. Em ocasiões posteriores, nas quais você se sentirá mais relaxado, pense naqueles pontos como um enigma que lhe foi apresentado e que você se propõe a solucionar. Neste outro ambiente pode haver condições mais propícias para que você chegue a alguma conclusão, mesmo que parcial.

 

As sete técnicas aqui apresentadas e comentadas abrem um leque de opções que possibilitam ao estudante assimilar os tópicos abordados bem como deles se recordar de modo muito eficiente. Você aproveitará significativamente mais tudo o que vier a ler. Como “efeito secundário”, estas recomendações consistem em meios úteis para que você se habitue a pensar mais claramente e também com maior velocidade.

E você? Como se sente quando necessita ler um livro texto, uma apostila, seus materiais didáticos? Sente dificuldade? Não consegue assimilar aquilo que está sendo lido? A atividade lhe parece cansativa? Nós podemos lhe ajudar a resolver estes problemas. Através de técnicas individualizadas, personalizadas em função de suas necessidades, podemos lhe fornecer o apoio necessário para que seu rendimento aumente e que o processo de estudo flua mais naturalmente. Contate-nos! Experimente nossos serviços. Envie-nos uma mensagem através de nosso e-mail:

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Prof. Arnaldo – mentor em educação, voltado a técnicas de estudo e aprendizagem.