Tudo aquilo que você sempre pensou a respeito do trabalho em equipe (no ambiente escolar ou acadêmico) porém nunca teve a oportunidade de expressar – parte III

Se tivéssemos de definir em uma única palavra aquilo que mais caracteriza um trabalho em equipe, a melhor escolha, a nosso ver, seria esta: “sinergia”.

É com base no conceito de sinergia que poderíamos qualitativamente afirmar que 2+2=5. Isto porque este termo designa a possibilidade de que o conhecimento agregado atribuído a duas pessoas pode resultar numa magnitude superior àquela devida à soma dos conhecimentos individuais.

Em suma, dois cérebros unidos pensam melhor que um único ou mesmo dois separadamente. Com efeito, muitos de nós acreditamos que a colaboração é sempre o melhor caminho a ser seguido.

Isto, de fato, não deixa de ser uma verdade, porém cabe lembrar que há vantagens e desvantagens no trabalho em equipe, conforme já foi discutido.

Por exemplo, quem já teve a oportunidade de participar de uma atividade grupal em grande escala, com uma quantidade significativa de participantes, muito provavelmente se deparou com sensações tais como o surgimento de obstáculos quando do desenvolvimento das tarefas, associadas à presença de muitos elementos na equipe, além da percepção de desconforto com a desaceleração no ritmo dos trabalhos devido à variedade de opiniões que são colocadas em pauta.

Com toda a certeza, a colaboração superdimensionada tem como efeito contrário o estabelecimento de atrasos significativos nas ações que devem ser executadas. De algum modo, em certos momentos decisões devem ser tomadas para que os trabalhos desenvolvidos se tornem palpáveis e para que as atividades não se tornem estanques. Todavia, o processo de tomada de decisões em um grupo apresenta certos vícios de natureza psicológica que dificilmente seriam evitados.

Isto posto, propomo-nos comentar a seguir dois destes vícios.

  • Podem surgir ideias e propostas que não necessariamente refletem os princípios da maioria, mas sim de uma liderança no grupo que surge naturalmente. Tais ideias e propostas cristalizam-se aos poucos, de tal modo que, mesmo que muitos participantes a elas se oponham – em maior ou menor grau – o desejo de permanecer em conformidade e evitar a inconveniência fala mais alto, levando-os a acatar decisões com as quais não estão total ou parcialmente de acordo, não sendo portanto as ideais pensando no grupo como um todo.
  • Quem já participou de trabalhos em equipe provavelmente não tenha conscientemente percebido, porém deve ter sentido um fenômeno que poderia ser denominado de “apreensão de avaliação”. Isto acontece quando nosso receio de sermos julgados pelo que dizemos ou aquilo que apresentamos diante dos demais membros da equipe domina o pensamento, o que pode prejudicar nosso desempenho. Rotulamo-nos em nosso imaginário como estando despreparados para fazer parte do grupo – e isto traz uma caracterização (absurda) de nós mesmos que faz-nos parecer com que sejamos “mais burros do que somos na realidade”.

Com o objetivo de ilustrar o potencial destes vícios em se tratando de nos causar prejuízos, apresentaremos na sequência um interessante experimento conduzido pelo psicólogo Solomon Eliot Asch (1907-1996), um pioneiro nos experimentos de psicologia social. Em um de seus mais famosos estudos, realizado em 1951, voltado à investigação de como a pressão social exercida por um grupo majoritário pode afetar um indivíduo em condição minoritária, encontra-se uma prova de como nossas contribuições em uma equipe podem ser inibidas.

Asch analisou o comportamento de cinquenta estudantes de uma instituição de ensino norte-americana em um teste de visão, baseado na identificação de tamanhos de linhas. Cada um destes estudantes era colocado em uma sala juntamente com outras sete pessoas (atores contratados). Os falsos participantes foram antecipadamente informados a respeito de qual resposta deveriam indicar ao serem apresentados aos testes. O participante “real” obviamente não tinha conhecimento de que os demais integrantes do ensaio eram atores, e nada sabiam a respeito das respostas previamente acertadas. Para este indivíduo tratavam-se também de estudantes à sua semelhança.

Todas as pessoas na sala foram expostas a uma linha traçada num quadro, denominada de referencial e, simultaneamente, a outras três (A, B e C) de tamanhos distintos. O que deveria ser dito (em voz alta, para que todos ouvissem) por cada um dos participantes? Simplesmente qual das linhas: A, B ou C possui comprimento igual ao da linha de referência.

Quando da exposição das respostas, propositalmente o participante “real” era deixado por último. Diga-se de passagem, a resposta era óbvia. Não havia como errar. O teste foi repetido dezoito vezes, com diferentes tamanhos de linhas e de referenciais. Os “atores” foram instruídos a fornecer uma mesma resposta incorreta em doze destes ensaios, denominados de “críticos” (e que estavam pré-determinados). O objetivo de Asch era o de verificar se os participantes “reais” confirmariam o ponto de vista da maioria dos presentes.

Solomon Asch analisou o número de vezes em que cada participante “real” acompanhava a opinião da maioria. Em média, um terço dos participantes deixaram de lado a resposta correta – que com certeza sabiam, porém não a expressaram – para mudar de lado e indicar uma solução errada – aquela sugerida pelos demais integrantes (com base nos doze ensaios críticos).

Além disso, 75% dos participantes “reais” acataram as opiniões dos “atores” ao menos uma vez dentre os doze ensaios críticos. Por outro lado, 25% dos participantes apresentaram suas próprias opiniões.

Em um grupo de controle, onde não haveria a pressão para acompanhar o voto unânime dos “atores”, menos de 1% dos participantes “reais” informaram respostas incorretas.

Há algumas conclusões extraídas destes ensaios que se mostram relevantes no tocante ao tema tratado neste artigo.

Em primeiro lugar, quando os participantes “reais” foram entrevistados após o experimento, a maioria deles afirmou que não acreditaram nas respostas apresentadas pelos “atores”, porém as suas opiniões foram acatadas – “foram com os demais por receio de serem ridicularizados ou serem tidos como diferentes”. Poucos dentre os participantes “reais”, em seu íntimo, consideraram as respostas sugeridas pelos “atores” como corretas.

Duas conclusões adicionais puderam ser obtidas destes testes:

  • As pessoas seguem o comportamento do grupo devido ao fato de desejarem se ajustar a ele, de replicar seu comportamento. A este fenômeno dá-se o nome de “influência normativa”.
  • Um participante do grupo acredita que os demais integrantes são melhor informados que ele mesmo (independentemente do fato de serem mais, menos ou tão informados quanto, pois o que entra em jogo é a crença). A esta particularidade denominamos de “influência informacional”.

Neste ponto, o leitor já começa a adquirir uma visão de quão profundos são os aspectos relacionados ao trabalho em equipe e à participação em um grupo. Mais considerações a respeito serão desenvolvidas em nosso próximo artigo.

Por ora, gostaríamos de registrar algumas observações a respeito do trabalho que desenvolvemos com o projeto “Aprendendo a Estudar”.

Nossas atividades destinam-se a atender a um público formado por estudantes de Cursos Médio e Superior, que sentem dificuldades em acompanhar as aulas, sejam elas presenciais ou virtuais.

A falta de concentração, de organização, do estabelecimento de rotinas e um conjunto de outros fatores podem estar dentre as principais razões para o baixo rendimento escolar ou acadêmico.

Propomo-nos a auxiliar o aluno ou a aluna em dificuldades. Através de um programa individualizado, procuramos inicialmente conhecer as particularidades do estudante. Numa segunda etapa, em posse deste entendimento, buscamos estabelecer orientações e acompanhamentos personalizados, com o objetivo de ajudar o aluno ou a aluna a melhor acompanhar e compreender as aulas, a estudar com mais eficiência, a se preparar correta e adequadamente para as avaliações, a aproveitar seu tempo disponível sem desperdiça-lo e, assim, poder alcançar bons resultados com eficácia e percebendo que seu esforço bem dimensionado é capaz de gerar resultados.

Não se tratam de aulas particulares de qualquer natureza, mas sim de um processo de acompanhamento direcionado onde, partindo-se de uma entrevista inicial, via plataforma “ZOOM” ou “SKYPE”, é elaborado um conjunto de ações voltadas a atender a cada caso em função de suas necessidades.

Consulte-nos para obter mais esclarecimentos. A seguir, indicamos nossos canais para contato:

e-mail: 

aprendendoaestudar@aol.com

telefone:

(11) 99317-5812  (para mensagens escritas ou de voz via WhatsApp)

Não perca tempo. Envie suas consultas, dúvidas ou comentários ainda hoje. Comprometemo-nos a lhe responder o mais brevemente possível.

Até logo mais! Estamos no seu aguardo!

 

Créditos:

Ilustrações: https://www.freepik.com/vectors/business (Business vector created by freepik – www.freepik.com).

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