A curva de esquecimento (parte III)

Em nossos artigos anteriores (Setembro e Outubro de 2018), muito foi dito a respeito da curva de esquecimento. Provavelmente, vários de nossos leitores se questionaram sobre o que foi tratado, tentando buscar respostas a uma pergunta que inerentemente surge quando começamos a nos aprofundar no tema: o que pode ser feito o mais eficientemente possível de modo a compensarmos a rápida queda daquilo que foi retido pela memória, à medida que o tempo passa? Bem, no texto deste mês procuraremos explorar justamente esta particularidade.Vamos iniciar supondo que estejamos assistindo a uma aula teórica, recheada de novas informações. Uma aula com, digamos, uma hora de duração. Vamos supor também que esta aula teve lugar no dia 1 de março. Então, neste dia, bem no início da aula, nosso conhecimento sobre o tema é nulo. Zero. Nada é conhecido a respeito daquilo que virá a ser tratado.

Ao montarmos um gráfico indicando nosso grau de absorção de conhecimento (sobre o conteúdo da aula em termos percentuais) versus a variável tempo, o traçado evidentemente partiria do zero. Ao final da aula, supondo que tenhamos nos concentrado o máximo possível e conseguido absorver seu conteúdo, bem como desenvolver nossas anotações, levamos nosso conhecimento a 100% – de zero a cem por cento., ao longo de uma hora! Atinge-se assim o ponto máximo em se tratando de nosso conhecimento no que concerne ao conteúdo da aula.

No dia seguinte, 2 de março, se nada foi feito em termos de uma releitura do material anotado, ou de uma revisão do que foi ensinado ao longo da aula através de um livro-texto, supondo que nem ao menos tenhamos pensado ou refletido a respeito, já teremos perdido de 50 a 80% daquilo que nos foi exposto na aula!

O que ocorre, na realidade, é que nosso cérebro está constantemente captando informações em caráter temporário. Como exemplo, é o que acontece ao prestarmos atenção em uma conversa que foi escutada entre pessoas ao nosso lado, quando analisamos o que alguém que nos é apresentado está vestindo, quando atentamos ao noticiário que está sendo exibido na TV durante nosso almoço, etc..

São muitas e muitas informações, relevantes ou não, que nos são trazidas ao longo do dia. Evidentemente, a esmagadora maioria delas, quando não lhe damos a devida importância, se dirige à lata de lixo do cérebro. O mesmo acontece com o conteúdo da aula à qual assistimos no dia anterior, 1 de março, a menos que façamos algo com o objetivo de impedir que estas informações sejam descartadas!

Lá pelo dia 8 de março, uma semana após, ainda partindo do princípio de que nosso esforço para recordar a matéria lecionada tenha sido nulo, o percentual de retenção a aula ministrada no dia 1, há uma semana portanto, cai a cerca de apenas 2 ou 3% do ponto máximo, assim que a aula havia se encerrado.

Imaginemos que tenhamos de ser submetido a uma prova uma semana após a aula e que nada foi recordado, nenhuma leitura, nenhuma revisão tenha sido feita. A exata sensação, ao participar da avaliação, é a de que nada vimos – nunca – a respeito do tema tratado.

Digamos no entanto que antes da prova havíamos nos interessado em rever a matéria. Na prática, deveríamos recomeçar a estudar do zero, com se (novamente) nada conhecêssemos sobre o assunto! Lá se foi o conteúdo original para a área de descarte de nosso cérebro… Assim é que a curva de esquecimento se comporta! 

O lado positivo da situação aqui descrita é que podemos alterar o aspecto da curva de esquecimento a nosso favor. Quando recordamos as informações transmitidas durante a aula, reprocessando-a, dando-lhe a devida atenção, elas saem da rota original, rumo à lata de lixo, sendo levadas a uma categoria de maior importância, de não-descarte (ao menos durante algum tempo…). Se, posteriormente, uma nova revisão for feita, o cérebro – por assim dizer – começa a “prestar mais atenção” a este conteúdo: deve ser algo importante… vamos tirar o material da linha de descarte e dar-lhe a devida relevância!

O interessante é que, a cada recordação, releitura, revisão, o tempo a elas dedicado é cada vez menor –menos tempo é necessário para “reativar o comando de importância deste conteúdo”.

Isto posto, as informações referentes à nossa aula de 1 de março são promovidas à secção de “memória de longo prazo” do cérebro, ficando bem mais fácil, a partir daí, acessa-las sempre que necessário for.

Grosso modo, poderíamos dizer que, decorridas 24 horas da aula, ou seja, no dia 2 de março, deveríamos alocar cerca de dez minutos revendo a matéria, quando então a curva de esquecimento, ao invés de decair, se eleva a praticamente 100% novamente (tal qual uma recarga da bateria de um telefone celular). Ao chegarmos à primeira semana após a nossa aula (no dia 8 de março), uma revisão de cinco minutos seria suficiente para “reavivar” o material, elevando novamente a curva. No final do mês, em 31 de março, o cérebro necessitaria apenas de 2 a 4 minutos para lhe comprovar que a matéria foi de fato assimilada.

Não raramente, os alunos se queixam de que não dispõem de tempo para revisar diariamente as aulas ministradas. No entanto, é importante constatar que estas ações consistem em uma ferramenta extremamente útil para a retenção dos conteúdos. Ao desprezar estas revisões, o aluno teria de reservar muito tempo reaprendendo tudo o que foi exposto, pois a curva de esquecimento é implacável.

Na prática, para cada hora de aula seriam necessários cerca de 50 minutos para reassimilar a matéria, praticamente a partir do zero. A propósito, passar a noite tentando estudar “em bloco” tudo o que foi dado ao longo de várias aulas não é solução! Isto não conduzirá sua aprendizagem para a memória de longo prazo! Os resultados deste tipo de estudo nas provas em geral é decepcionante. Como regra básica, dispender por volta de meia hora todos os dias e cerca de duas horas a cada final de semana para rever o conteúdo de uma disciplina seria o ideal. Mesmo que você reestude o material, digamos, ao longo de 4 dias durante a semana, a curva de esquecimento estacionaria acima dos 50%. Isto, sem dúvida alguma, é muito melhor do que chegar aos 2 ou 3% anteriormente comentados, caso nada tenha sido revisto durante uma semana completa. Experimente estas dicas. Vale a pena tentar e constatar os resultados.

Conhecer as características da curva de esquecimento é muito importante para qualquer estudante. No entanto, mais relevante ainda é empregar as técnicas corretas e adequadas com o objetivo de manter a curva de esquecimento a mais plana e elevada possível. Para isso, devemos, conforme comentamos, manter certo ritmo em se tratando das revisões efetuadas nos tópicos estudados. As melhores formas para revisar, para repassar a matéria, para aproveitar mais eficientemente o tempo de estudo varia de pessoa para pessoa.

Nós, enquanto mentores, dispomos das condições necessárias para auxilia-lo(a) nestas atividades. Através de um acompanhamento individualizado e em função de suas características pessoais poderemos estabelecer técnicas especialmente dirigidas a você, de modo que venha a aprimorar seu rendimento escolar ou acadêmico.

Nosso objetivo consiste em ensina-lo(a) a estudar. Consulte-nos, enviando-nos um e-mail o mais brevemente possível:

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Caso seja de sua preferência, nosso telefone é:

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Responderemos-lhe e agendaremos um bate-papo informal, através do qual esclareceremos quaisquer dúvidas que possam surgir, concernentes à nossa proposta de trabalho.

Conheça-nos! Estamos te esperando! Venha aprender a estudar conosco!

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