Dando continuidade ao tema tratado em nosso artigo anterior, pretendemos agora discutir mais a fundo algumas características relevantes associadas ao conceito de “trabalho duro”, denominação esta que não deve ser encarada como algo agressivo e rude, apesar de sua sugestividade. A propósito, neste artigo preferimos renomear o termo “trabalho duro” para “trabalho profundo”, designação esta que Cal Newport atribui em seu livro Deep Work, no qual nos baseamos para desenvolver as considerações iniciadas no mês anterior e que ora prosseguem.
Com efeito, quaisquer atividades de caráter profissional (e nelas incluímos o ato de estudar), que estejam se desenvolvendo numa situação de ausência de distrações e de efetiva concentração podem conduzir as capacidades cognitivas do indivíduo aos seus limites.
Queremos deixar claro que isto não consiste por si só em um problema, mesmo tendo em conta o cansaço mental decorrente. Na realidade, estes esforços de concentração e de blindagem contra distrações aprimoram as habilidades e o preparo daquele que executa as atividades comentadas, atuando como se fossem exercícios destinados à melhoria das condições mentais da pessoa.
Tudo se passa como se, aparentemente, o “trabalho profundo” estivesse extraindo, consumindo o máximo da capacidade intelectual disponível no indivíduo naquele momento. No entanto, atualmente há comprovações científicas suficientes, seja no campo da psicologia bem como no da neurociência, de que, quando o cérebro é solicitado a realizar grandes esforços, tensões mentais tais como no caso do “trabalho profundo” de natureza intelectual, não há prejuízo neste processo – muito pelo contrário: se mostra necessário para que consigamos melhorar nossas habilidades sob o aspecto cognitivo.
Claro é que, hipoteticamente, se um indivíduo puder organizar sua agenda de tarefas de modo a dispor de grandes “blocos de tempo”, dentro dos quais não é levado a distrações, a interrupções de qualquer natureza, à realização de outras tarefas que não aquela relacionada ao seu foco principal, podendo efetivamente se concentrar naquilo que procura trabalhar (ou estudar, o que não deixa de ser considerado um trabalho…), os resultados serão promissores e apresentando alto rendimento. Todavia, como dissemos, trata-se de um caso idealizado, uma vez que são raríssimas as pessoas que, de fato conseguiram, por assim dizer, ”isolar-se do mundo”, fechando-se em prol de suas atividades no trabalho ao qual necessitam se dedicar.
Um exemplo clássico de alguém que conseguiu atingir este limite é o do escritor Mark Twain, que elaborou um de seus livros, “As Aventuras de Tom Sawyer”, num galpão de uma fazenda onde passava um verão. Mark Twain era capaz de se concentrar de tal forma em sua obra, se mostrava tão imerso em seu trabalho que sua família, residindo na casa principal, distante do galpão, tinha de acionar uma corneta com o objetivo de chamar sua atenção para os horários de refeição!
Evidentemente, este bem como outros exemplos de personalidades (e também de indivíduos comuns) que conseguiam atingir esta “imersão total” são raríssimos. Dificilmente nos deparamos com alguém que ao menos se aproxima deste perfil. O que temos de fazer, na prática, não é emularmos estes comportamentos, mas sim toma-los como modelos, como referenciais. Procurar, na medida do possível, adota-los como exemplos a serem buscados dentro de nossas limitações realistas, isto é, tentando nos esforçar para aprimorar a nossa conduta em se tratando de melhorar o rendimento no trabalho, nos estudos ou em qualquer tarefa que devamos desenvolver. Resumindo: o objetivo não é o de se igualar em termos comportamentais a estes casos extremos, mas sim o de procurar incorporar um pouco de suas condutas (e sem exageros…).
Observe como a questão do “trabalho profundo” conflita diretamente com as nossas atividades modernas. Em sua grande maioria, as pessoas desconhecem o valor de se aprofundar naquilo que necessitam executar, a “ir ao fundo” de algo. Podemos, sem grandes dificuldades, identificar um dos principais motivos para este fenômeno: as redes sociais.
Do e-mail e o SMS, passando pelo Twitter, Facebook e congêneres, juntamente com a facilitação de acesso generalizado e combinado a estes aplicativos através dos computadores, “laptops” e, principalmente, por meio dos “smartphones”, nossa atenção às tarefas do dia-a-dia foi literalmente fragmentada. Se pudermos estimar quanto tempo somado, ao longo de nossos dias, passamos consultando as redes sociais,o resultado é assustador. Estimar cerca de 60% do tempo não seria nenhum exagero. Claro é que se torna impossível nos envolvermos profundamente nos estudos, no trabalho ou em atividades que exigam raciocínio, diante de um concorrente tão poderoso e tentador (acrescente-se a isto os joguinhos eletrônicos, o Youtube, filmes, etc.). Torna-se premente portanto a alocação, desesperadamente, de tempo para nos dedicarmos àquilo que realmente necessitamos realizar, e não às amenidades que consomem nossa atenção.
Claro é que há realmente o lado bom das redes sociais. Por exemplo, comunicações urgentes que antes não ocorriam são extremamente facilitadas com base nestes recursos. O que devemos ressaltar é que isto, qual seja, a utilização racional das redes sociais, constitui uma pequeníssima parte do tempo em que passamos escravizados junto aos nossos dispositivos eletrônicos.
Um aspecto importante a ser percebido neste contexto é que, apesar de tudo isto nós, ao longo do dia (e de significativa parte da noite), nos sentimos ocupados. Aliás, sempre muito envolvidos com deveres. Qual seria o motivo desta contradição? A explicação pode ter lugar a partir do momento em que definimos o assim chamado “trabalho superficial”. Trata-se de tudo aquilo que envolve ações não-cognitivas, tarefas de caráter logístico, que podem ser perfeitamente executadas enquanto estamos distraídos. Tratam-se de trabalhos, sem dúvida alguma. Todavia, consistem em realizações facilmente executadas por quaisquer pessoas, não necessariamente por nós mesmos, a partir do momento em que as orientações corretas são fornecidas ao executante. Não se tratam de trabalhos intelectuais, estudos, atividades criativas.
Hoje em dia, portanto, a tendência que fortemente se estabelece é a da substituição do “trabalho profundo” pelo “trabalho superficial”, onde as principais ferramentas são… Adivinhe!
Exatamente: as redes sociais, materializadas através de nossos “smartphones”, que permeiam o tempo enquanto realizamos nosso trabalho – superficial. Uma boa parte da energia que poderia ser aplicada num “trabalho profundo” é esvaída em ações que, a longo prazo, não apresentam importantes repercussões.
Para complementar nossas considerações, há evidências cientificamente comprovadas de que quando tendemos a ocupar nosso tempo com o “trabalho superficial”, torna-se cada vez mais difícil reverter o processo, ou seja, diminuímos nossa capacidade de nos concentrar na execução de atividades relacionadas ao “trabalho profundo” (dentre elas, destacamos os estudos).
Há também o perigo desta redução de capacidade se tornar permanente, diluindo a capacidade de concentração no trabalho.
Podem ser encontrados livros que discutem seriamente a influência das redes sociais no âmbito do “trabalho profundo” e do “trabalho superficial”. Um exemplo é “A Geração Superficial”, do jornalista Nicholas Carr, finalista do Prêmio Pulitzer. Nele, Carr explora o efeito da Internet em nossas mentes e nos hábitos de trabalho, discutindo também as distrações associadas às redes sociais, minando as condições para nos envolvermos no “trabalho profundo”, destruindo assim nossa capacidade de concentração e de foco nas atividades em geral.
Resumindo, não podemos permitir que se abra um fosso cada vez mais largo que nos impeça de pular para o lado do “trabalho profundo” sempre que necessitarmos. Utilizar as redes sociais, isto sim, pois vieram para aqui permanecer e de fato estão modificando radicalmente a sociedade, porém é de extrema relevância que venham a ser empregadas com parcimônia, de modo a não nos prejudicar, delas extraindo as boas características e vantagens, evitando vícios e dependências – altamente prejudiciais para nosso trabalho e, também, para os estudos.
O mundo está mudando, nossa forma de estudar precisa ser readaptada de modo a se adequar às novas situações. Todavia, não podemos perder o foco e a capacidade de concentração. Ninguém precisa se desvincilhar de seus “smartphones” e das redes sociais para isto, contanto que consiga empregar os seus aparelhos em seu proveito, inteligentemente e com consciência. É possível aprimorar o rendimento escolar e/ou acadêmico, obter melhor aproveitamento do tempo de estudo e obter bons resultados nas avaliações.
Nós podemos fornecer o apoio e as orientações necessárias, através de um acompanhamento personalizado. Trata-se de um serviço de mentoria cujo objetivo consiste em “aprender a estudar”.
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