O tema “O uso dos livros”, como você deve ter notado, é extenso. Estamos desenvolvendo-o em partes, de modo que seja possível absorver seu conteúdo aos poucos, a cada nova postagem. Neste terceiro artigo da série, serão expostas mais algumas considerações a respeito.
6) É importante criar um resumo, o mais compreensível possível, referente ao material que você lê.
- a) Enquanto você estuda (ou, se preferir, logo após ler algumas passagens), procure desenvolver anotações, porém – e isto é muito importante – não simplesmente copiando o texto, mas sim inserindo comentários utilizando-se de suas próprias palavras. Supondo que você seja capaz de comentar, de discutir, ou simplesmente de raciocinar a respeito dos tópicos que você está estudando, ou, ainda, se você conseguir estruturar o que lê sem repetir o texto de modo automatizado, você dispõe de todas as condições para expressar o material analisado empregando sua terminologia particular. É muito importante que venha a praticar esta habilidade o quanto antes!
- b) Ao desenvolver seus resumos, procure dita-los para você mesmo. Crie esboços dos fatos e seus relacionamentos. Revise-os – silenciosamente ou em voz alta. Após cada parágrafo lido, questione: “Muito bem… o que foi que acabei de ler?” Tente responder a esta questão da melhor forma possível. Pode ocorrer que você tenha deixado de incluir algum conceito relevante. Neste caso, indique-o no texto, à margem de suas anotações, porém com destaque. Se possível, ao ler os próximos itens, procure conectar esta anotação marginal a outros conceitos aos quais você será exposto. Isto facilitará a assimilação deste fato que lhe “escapou”. Vale realmente a pena desenvolver estas técnicas. Quando tiver adquirido a habilidade necessária, você será capaz de ler extensos textos, muitas páginas ou até mesmo capítulos completos antes de executar interrupções para realizar suas revisões. A retenção das informações será mais eficiente se formos capazes de dedicar a maior parte do tempo de estudo revendo, repassando e reescrevendo o material (atitude totalmente oposta, diga-se de passagem, das longas leituras sem interrupções).
7) Você não precisa se tornar um dicionário ambulante… Todavia, não descuide de seu vocabulário!
Nao é raro encontrar, enquanto você lê um texto, uma palavra raramente empregada. Isto ocorre, muitas vezes, quando o autor procura transmitir através de sua redação um significado que dificilmente seria expresso da forma por ele desejada utilizando-se do vocabulário corriqueiro. Por exemplo, recentemente deparei-me, num livro, com a palavra “laxismo”. Acredito que nunca tenha sido apresentado a este termo. No entanto, procurei deduzir seu significado, seja pela etimologia da palavra, seja pelo contexto da frase. Pela etimologia, pode-se concluir que “lax” está associado a algo frouxo, mole (tal como na palavra “laxante”). Pelo contexto, percebi que deveria ser algo vinculado a “deixar passar”, “fazer corpo mole”, como nos expressamos na gíria. A consultar o dicionário, confirmou-se a suposição. Aprendemos mais uma palavra!
No entanto, esta foi uma exceção. Nem sempre seremos capazes de compreender o que o autor deseja nos transmitir quando não estamos familiarizados com um determinado termo ou quando não conseguimos deduzi-lo, como no caso do exemplo anteriormente citado.
O que queremos indicar, em suma, é que o conhecimento do significado das palavras está diretamente ligado à ampliação de sua capacidade de compreensão das frases em que estas se encontram presentes. Evidentemente, a função das palavras em um texto consiste em permitir que possamos induzir, a partir delas, o seu significado, a partir de cada frase lida. Mas isto é evidente … nem precisaríamos citar este comentário!
A questão no entanto é que, diferentemente de como me portei no caso da palavra “laxismo”, ocasionalmente procuramos inverter esta lógica, ou seja, procuramos concluir o significado das palavras a partir do que a frase, aparentemente, está tentando nos comunicar. Dependendo do caso, este comportamento pode nos conduzir a resultados completamente errados! E, como conseqüência, o conceito contido numa frase ou num conjunto de frases é deturpado!
Em decorrência do que foi dito, não deixe de tentar entender por si só o significado de uma palavra. No entanto, habitue-se também a consultar um dicionário… É ele quem lhe dará a palava final (desculpe-nos, caro leitor, pelo trocadilho…)!
Ainda no que se refere à questão de enriquecermos nosso vocabulário (a propósito, a revista “Seleções do Reader’s Digest” há muitas e muitas décadas apresenta uma seção com o título “Enriqueça seu Vocabulário” trazendo palavras as mais estranhas possíveis, com seu significado), é importante destacarmos que um vocabulário pobre , reduzido e limitado, inviabiliza o desenvolvimento do hábito da leitura eficaz (ou leitura rápida). Isto acontece pois, inconscientemente, quando nos encontramos diante de uma palavra que nos é desconhecida, travamos nossa leitura. Estacionamos bruscamente neste ponto e paramos de seguir o processo de acompanhamento do texto. É comum que os olhos se desloquem para algumas linhas antes deste termo com o objetivo de tentar entender a palavra estranha.
Óbvio é que estas ações atrasam significativamente o processo de leitura. Quanto maior for a quantidade de palavras desconhecidas, maiores as paradas e, além disso, se não forem corretamente interpretadas, a compreensão do texto fica comprometida.
Há aqueles que, mesmo dominando o vocabulário, suspendem a leitura em certo ponto e voltam os olhos algumas linhas para trás, procurando se certificar daquilo que leu. Faça o possível de modo a evitar este terrível hábito. Ele se torna um entrave quando tentamos nos desenvolver nas técnicas de leitura eficaz.
O fato básico, portanto, é que ficamos limitados em se tratando da compreensão daquilo que lemos, bem como no âmbito de nossa expressão, se dispormos de um vocabulário restrito. O desenvolvimento de um amplo vocabulário permite que comuniquemos nossas idéias com maior desenvoltura e também que leiamos e absorvamos o conteúdo de um livro mais facilmente. Ao transmitirmos nossas concepções apoiando-nos em um amplo vocabulário, tendemos a expressar exatamente o que desejamos, e não uma aproximação do que estamos querendo dizer. São justamente estas aproximações que estabelecem mal-entendidos e confusões. Em se tratando da escrita, os fenômenos aqui citados se repetem: quando redigimos o que pensamos, se nosso vocabulário for parco, não registramos o que queremos comunicar, mas sim, aproximações que podem ser entendidas de várias formas, e não necessariamente aquela que desejaríamos expressar, estabelecendo interpretações errôneas. Isto é algo a ser, com toda a certeza, evitado, seja nas provas escritas, nas anotações de aula, em seus resumos, na elaboração de seus textos – em qualquer situação onde a escrita se mostra necessária.
Você sente dificuldades em resumir o que lê, em desenvolver anotações, em interpretar textos ou, mais genericamente, em estudar? Que tal nos contatar? Envie-nos um e-mail e conversaremos a respeito. Somos especialistas em didática e técnicas de estudo. Em função de suas necessidades e características pessoais, poderemos ajuda-lo a aprender a estudar!
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Prof. Arnaldo – mentor em educação, voltado a técnicas de estudo e aprendizagem.