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As armadilhas que impedem o aluno de estudar e como evitá-las – Parte I

Em tempos (muito) passados, aos 15 ou 16 anos de idade, confesso que não era exatamente um modelo de aluno. Longe disso. Por uma série de motivos, não apenas era difícil para mim me concentrar nos estudos em casa como também, muitas vezes, assistir às aulas era um problema, pois não conseguia nem ao menos seguir a linha de raciocínio do professor. Não chegava a ser um mau aluno, porém era claramente possível notar estas deficiências. Na época não havia o conceito de mentoria como temos atualmente. Quem não era capaz de se enfronhar nos cadernos e livros escolares era relaxado, displicente, irresponsável, às vezes taxado de vagabundo ou coisa pior. Técnicas de estudo, métodos, orientações? Ninguém falava especificamente sobre isto.

Recordo-me de um episódio quando, num determinado dia, haveria prova de Matemática. Digamos que ela seria aplicada numa quarta-feira, somente para ilustrar minhas considerações. Via de regra, procurava executar minhas tarefas escolares talvez não com tanto afinco, mas as entregava nas datas especificadas. O correto, no entanto, seria estudar também em casa um pouco a cada dia, todas as disciplinas, independentemente das avaliações serem aplicadas ou não. E esta não era exatamente minha rotina. Acreditava no entanto que não apenas eu, mas a maioria dos alunos agiam da mesma forma – deixavam para estudar na véspera das provas. Hoje, como professor de Ensino Superior, me dou ao direito de ajustar os verbos “acreditava” e “agiam”, comutando-os para “acredito” e “agem”, com toda a certeza!

O curioso era que, diferentemente dos demais colegas, eu demonstrava muita preocupação em ter de estudar e não conseguir. Estava consciente desta necessidade, sabia que era preciso, que a data da prova estava chegando, mas tinha dificuldades em sentar e manipular anotações e os livros sem que meus pensamentos fossem desviados. Isto era o que me distinguia. E eu sabia que a maioria dos meus colegas não estudavam com afinco – no entanto, ao contrário, não ficavam preocupados, agoniados ou aflitos com isso! Este era o grande aspecto de destaque.

Voltando àquela prova de matemática…. No final de semana anterior à prova, pensava nela, tentava separar o material para ler ou rever os exercícios, porém nada acontecia efetivamente. A TV ou outras distrações me atraiam. Chega a segunda-feira. Volto para casa após as aulas. Almoço… Planejo para que, depois de uma hora os estudos tenham início. Depois adio novamente. Mais uma horinha. Evidentemente, os ponteiros do relógio (naquela época não se pensava em relógios digitais) avançavam e uma série de atividades paralelas eram executadas, mas nada de estudar Matemática ou mesmo qualquer outra matéria. A terça-feira veio e os adiamentos prosseguiam. Ao final do dia, com muito custo, dou uma passada de olhos nos livros, nos exercícios já resolvidos (mas nada de refaze-los, um grande erro!). Não acredito que este breve contato com a matéria, que não superou o início da noite, tenha durado muito.

Após uma noite muito mal dormida, com sentimento de culpa por não ter estudado, torcendo para que o tempo passe o mais lentamente possível, amanhece e, junto com a quarta-feira vejo-me diante da temida prova. Se eu me saí bem ou não, já não me lembro. Provavelmente o resultado não foi dos melhores. Apenas me recordo das sensações dos dias que a precederam e que acabo de expor.

Este comportamento de desatenção, omissão e desinteresse (vamos chamar assim) já era patente anteriormente e permaneceu ainda por algum tempo. Só mudou radicalmente na época em que entrei num curso preparatório para o vestibular (denominados popularmente de “cursinhos”), buscando uma vaga em uma boa Faculdade. Alguns destes “cursinhos” eram de excelente qualidade e muito úteis na época, quase que indispensáveis, pois poucas eram as Instituições de Ensino Superior disponíveis (pagas ou não) e, proporcionalmente, grande era a procura por elas.

Como havia dito anteriormente, eu não conseguia executar a contento minhas tarefas escolares em casa e meu rendimento durante as aulas não era exatamente dos melhores, mas estava consciente disso e me preocupava com o fato. E foi durante o Cursinho, diante da avalanche de informações, a maior parte inédita e que obrigatoriamente deveriam ser digeridas no mesmo dia em que eram tratadas, para que a matéria não se acumulasse (só aí é que percebi como a escola que eu frequentara deixava muito a desejar…), quando comecei, intuitivamente, a desenvolver aquilo que poderia ser denominado de técnicas de estudo, bem básicas e rudimentares no início, mas extremamente úteis. Com o tempo fui aprimorando-as e, com certeza, graças a elas é que fui bem sucedido no Ensino Superior, numa Instituição de alto nível na época e que me levou, posteriormente, a um Mestrado e um Doutorado pela Escola Politécnica da USP.

Gostaria de compartilhar dez delas neste e em nossos próximos artigos, ressaltando que agora tratam-se de versões aprimoradas e de caráter geral, aplicáveis em princípio para qualquer situação que envolva o processo de ensino e aprendizagem.

Nesta oportunidade apresentaremos a primeira delas, ressaltando que a origem destas orientações encontra-se em um passado em que surgiram por absoluta premência. Aproveite-as e adapte-as de acordo com suas necessidades pessoais.

Primeira recomendação: Por onde devo começar e como proceder?

O primeiro passo para iniciar seus estudos é estabelecer uma programação para o estudo em casa. Isto vale para quem cursa o Ensino Médio ou Superior, não importa. Pode ser uma versão macro, mais genérica, abrangendo uma meta de semanas a meses ou outra, mais específica, procurando detalhar as atividades para um ou mais dias. O importante é listar tudo o que deve ser feito – os tópicos a serem estudados, os exercícios a serem feitos ou refeitos. Em seguida, quebre toda a programação em partes menores, sequenciadas, não necessariamente de tamanhos semelhantes, de modo a se tornarem mais facilmente gerenciáveis. Estabeleça um intervalo de tempo realista e justo para o estudo de cada uma delas, mas não seja radical. Poderá haver, na prática, alguns desvios com relação ao intervalo de tempo dedicado a cada secção estabelecida.

Mais um detalhe: se você constatar que há pequenas partes que deverão consumir muito tempo, enquanto outras, maiores, menos tempo, não se preocupe com isto. Em geral, não há uma relação direta entre o tamanho das partes em que a programação é quebrada e o tempo demandado para o estudo de cada uma delas.

Faça pequenos intervalos durante os estudos em casa. A cada meia hora, entre cinco e dez minutos, não mais que isto (este intervalo poderá também ser bem aproveitado, mas deixaremos para discutir como proceder em outra ocasião).

Inicie estas rotinas aos poucos. Por exemplo, uma a duas horas na primeira semana, aumentando o tempo de dedicação devagarzinho, estabelecendo como meta envolver-se nas tarefas de casa entre três a quatro horas diariamente.

Em se tratando das aulas, nunca, mas nunca mesmo, deixe de assisti-las, principalmente nas vésperas das provas. Isto porque há uma elevadíssima probabilidade de seus professores fornecerem dicas, revisões de pontos importantes e exercícios recomendados de modo a orientar os alunos para as avaliações que se seguirão. Acredite: esta é uma recomendação extremamente importante, vinda do professor que escreve este artigo, com larga experiência em docência!

Entre uma aula e outra, acostume-se a rever brevemente suas anotações, procurando relembrar o que já foi lecionado e que terá continuidade na aula que se iniciará depois do intervalo. Para a primeira aula do dia, faça isto em casa, logo cedo ou quando estiver se dirigindo para a Escola, Faculdade ou Universidade.

As recomendações e comentários aqui expostos devem ser levados em conta como sendo genéricos, válidos para a maioria das situações relacionadas às dificuldades nos estudos. Todavia, cada caso é um caso e merece ser tratado individualmente.

É oportuno comentar que realizamos um trabalho voltado a auxiliar o(a) aluno(a) a aprender a estudar. A ideia básica consiste no desenvolvimento de um processo de mentoria através do qual nós, enquanto mentores, procuramos auxiliar o aluno ou a aluna (mentorados) a melhorar seu desempenho escolar ou acadêmico, levando em conta suas características particulares e especificidades. Para tanto, desenvolvemos um programa individualizado, aonde, através de uma entrevista inicial, online, procuramos conhecer nosso mentorado e compreender suas necessidades, estabelecendo a partir daí um processo de acompanhamento destinado a fazer com que o aluno ou a aluna aprenda de fato a estudar. Não se tratam de aulas particulares de qualquer natureza, mas sim de um treinamento e de um acompanhamento pessoal, procurando aumentar o rendimento escolar ou acadêmico do(a) estudante (esteja ele ou ela cursando o ensino médio ou superior), aumentando a eficácia nos estudos, a melhoria do desempenho e, como consequência, dos resultados nas avaliações.

Conforme já foi dito, nosso propósito é o de direcionar o aluno ou a aluna a “aprender a estudar”. Cabe comentar também que nosso processo de mentoria atua com êxito inclusive no caso do ensino à distância, por meio de computadores e smartphones – modalidade esta cujos principais problemas estão relacionados às dificuldades de acompanhamento e concentração por parte dos estudantes.

Conheça nosso trabalho. Colocamo-nos ao vosso inteiro dispor para contatar-nos.

Escreva-nos, relatando suas dúvidas e solicitando o agendamento de uma conversa via Zoom ou aplicativos semelhantes. Para tanto, dispomos de um e-mail:

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Procure saber mais a respeito de nossa proposta sem qualquer compromisso de sua parte. Contate-nos ainda hoje para obter mais esclarecimentos. Não perca tempo.

Você estará diante dos melhores meios para solucionar seus problemas de aprendizagem, seja a dificuldade em estudar, em absorver a matéria ministrada, a obter melhores notas, a estudar mais eficientemente ou uma combinação dentre eles.

Venha “aprender a estudar” conosco. Estamos te esperando. Até breve!

Prof. Arnaldo

 

 

Créditos:

Primeira ilustração: https://www.flaticon.com/authors/good-ware , title=”Good Ware” , from https://www.flaticon.com/

Segunda ilustração: https://www.flaticon.com/authors/surang , title=”surang” , from https://www.flaticon.com/

Terceira ilustração: https://www.flaticon.com/authors/icon-pond , title=”Icon Pond” , from https://www.flaticon.com/