Como você aproveita aquilo que lê? – parte IV (final)

“Quanto mais inteligível é algo, mais facilmente ele é retido pela memória.”

Baruch Spinoza – Tratado da Correção do Intelecto

Em nossos últimos textos tratamos de vários aspectos relacionados a como melhor aproveitar nossa leitura. Comentaremos agora a respeito de mais algumas recomendações úteis para todos nós, em quaisquer circunstâncias, enquanto estudantes ou não. Vamos a elas!

  • Elaboração de imagens mentais

Uma imagem mental consiste em uma experiência que, na maioria das vezes, se assemelha significativamente à percepção visual de algum objeto, evento ou cena. No entanto, ocorre quando o objeto, evento ou cena relevante não está realmente presente e exposta aos sentidos.

A criação de imagens mentais, as mais claras e vívidas possíveis, consiste em uma das técnicas mais eficientes para recordarmos situações em geral bem como, particularmente, daquilo que lemos. Ao observarmos num texto uma passagem relevante, um conceito, algo que julgamos realmente ser de importância, é interessante pararmos por alguns segundos e tentar visualizar, criar uma imagem da situação. Esta representação visual deve ser a mais destacada, marcante e a mais significativa possível em se tratando do fato considerado.

Uma excelente fórmula para estimular a memória consiste na criação de imagens bizarras e engraçadas a respeito daquilo que precisa ser recordado. Um conceito, uma informação – não importa o que – deve estar associado a imagens mentais ricas, coloridas e vívidas. Quanto mais ridícula e absurda for a imagem mental, mais fácil será lembrar-se dela. Eis aqui um exemplo simples: você vai ao supermercado e necessita comprar pepinos, uma melancia, uvas verdes, cenoura ralada, bananas e tomates. Estabeleça, por exemplo, a seguinte imagem mental ridícula (quanto mais, melhor, assim nunca a esquecerá – experimente e constatará que a técnica realmente funciona…). Uma melancia representando um rosto cujos olhos são formados por duas uvas verdes, com nariz de tomate, boca aberta com dentes de alho, cabelos de cenoura ralada, sendo que neste “rosto” possui lateralmente dois braços formados por bananas e duas pernas de pepinos.

Visualize este monstrengo surreal e não se esquecerá dele… mesmo depois de dias ou meses após a compra! Quanto mais irreal for a imagem mental, mais facilmente será retida pela memória.

Basta adaptar estas imagens sem nexo às situações presentes nos trechos dos livros que você deseja reter para deles lembra-los sem dificuldades.

  • Desenvolva conexões mentais

Os conceitos e fatos contidos em um livro sempre podem, de algum modo, serem conectados a outros que você já conhece e domina. Sempre que ler e se deparar com algo que lhe parece ser novo, procure relaciona-lo àquilo que já lhe é familiar.

Com isto, são formadas ligações mentais que vinculam estas novas situações a outras, já sedimentadas em sua mente, evitando assim que estes novos conceitos e fatos “escapem” da memória. Consequentemente, se lembrará do que leu.

  • Estabeleça modelos mentais

Os modelos mentais nos permitem melhor compreender e também a sintetizar livros. Para desenvolver modelos mentais, devem ser elaborados alguns procedimentos baseados em questionamentos tais como:

  1.  Há polarizações (no sentido de tendências)? Esta pergunta abrange as seguintes considerações: Quais partes do livro estou ignorando? Este livro está de acordo com minhas opiniões? Atenção para isto – realmente ele confirma suas crenças ou você está enxergando somente aquilo que quer ver? Se você não conseguir identificar nenhum ponto do livro com o qual não concorda, a polarização pode estar distorcendo seu raciocínio.
  2.  Quais opiniões devem ser mudadas diante da leitura do livro? Como seria possível rever minha visão empregando as informações nele contidas?
  3.  Adoção do “Princípio de Pareto” (80/20): Quais partes do livro são mais importantes e contém a maior parte da informação? Em outras palavras, quais são os 20% do conteúdo do livro que estão associados a 80% da informação nele presente? Se eu tivesse de eliminar 99% do texto, o que eu escolheria deixar de lado? Mas atenção: estas indagações não são aplicáveis a romances, novelas e obras de ficção!
  4.  Prova Social: A repercussão pública do livro que você lê, a opinião de outras pessoas ou a condição de “best-seller” estão afetando minha percepção a respeito do livro? O autor poderia estar manipulando seus leitores? Estou sendo conduzido a um engodo?
  5.  Instinto narrativo: O autor pode estar distorcendo eventos reais com o objetivo de criar uma narrativa coerente? Esta situação não é incomum em biografias, memórias e textos de caráter histórico. A narrativa se torna um problema quando o autor tenta dar aos eventos reais um formato de estória (e não história), sendo levado a dar à narração dos eventos reais uma coerência, integridade ou uma perfeição que inexiste na vida real, mas sim, apenas na ficção.
  6.  O sucesso dos outros… De certo modo, livros que tratam de negócios (incluindo os famosos “cases”), autoajuda e também os biográficos descrevem situações de êxito, fama e fartura como se esta fosse a regra, e não a exceção. Daí a necessidade de questionamento- as sugestões apresentadas nestes livros são efetivamente úteis e aplicáveis na prática? Os resultados para a esmagadora maioria dos leitores não seriam muito pequenos para o enorme esforço dispendido ao seguir as orientações destes textos?
  7.  Está ficando entediado com a leitura de um livro? Pare e passe a ler outro! Em geral, bons leitores nunca terminam um livro ruim. Não vale a pena! Há uma regra interessante, denominada de “regra dos 50”. A ideia é a seguinte: ler as 50 primeiras páginas de um livro e a partir daí decidir se é interessante ou não termina-lo. Esta regra possui um adendo curioso – caso sua idade seja superior a 50 anos, subtraia-a de 100 e leia esta quantidade de páginas para somente então analisar se vai continuar a leitura ou não. Por exemplo: alguém com 65 anos de idade teria de ler (cerca de) 100-65=35 páginas antes de parar ou permanecer na leitura. Claro, o número de páginas lidas antes do julgamento decresce com a idade, supondo que a capacidade de discernimento por parte do leitor se aprimora com o tempo… Vale, no entanto, ressaltar – abandone um livro ruim, mas nunca o hábito da leitura!
  8.  Aplicar o que foi lido. O que fazer quando se acaba a leitura de um livro? Como empregar aquilo que foi aprendido? O ideal seria levar a cabo esta tarefa planejando e analisando como implementar as principais orientações, os ensinamentos, os direcionamentos absorvidos pelo leitor. Simplesmente ler não é o suficiente. Devemos, dentro de nosso contexto, verificar sob quais condições, como, quando e aonde o seu conteúdo é utilizável. Analogamente, deve-se constatar sob quais circunstâncias o conteúdo não é aplicável. Supondo que haja a possibilidade da aplicação imediata do material lido, estabelece-se rapidamente um reforço da aprendizagem. Forma-se assim um contexto e a significância em se tratando do que foi absorvido no livro.

Ler um livro, processar as informações que ele apresenta e aproveitar o máximo de seu conteúdo guarda muita semelhança com o mecanismo envolvido ao assistir a uma aula, registrar o conteúdo, estuda-lo posteriormente e fixar os conceitos aprendidos, assimilando-os e agregando-os a outros já conhecidos e àqueles que se seguirão, através das aulas seguintes ou por outros meios.

Finalmente, não se esqueça de um fato fundamental. A maioria das pessoas pensa que consumir informação é o mesmo que aprende-las. Esta percepção é absolutamente falsa, pois o processo de aprendizagem envolve reflexão e “feedback”. Aprendemos conceitos originados através de experiências, sejam elas  pessoais ou não, a partir do momento em que refletimos a respeito delas. Acumular informações de nada serve se não processarmos este conjunto de dados.

Para que estas ações sejam efetivas, que forneçam resultados sem que haja desperdício de esforços, é que desenvolvemos nosso trabalho.

Nossa atividade consiste em fazer com que os alunos “aprendam a estudar”. Por meio de processos especialmente criados de modo a atender às necessidades particulares de cada indivíduo, de acordo com as suas especificidades e características pessoais, nosso programa pretende auxiliar o aluno ou a aluna a melhor empregar seu tempo em sala de aula bem como em seus estudos, com maior rendimento, com mais aproveitamento.

Em consequência, as avaliações tendem a registrar melhores notas, a autoconfiança do(a) estudante melhora e, com isto, o incentivo para estudar ainda mais e melhor. Nosso propósito é estabelecer este círculo virtuoso através de um processo de mentoria, com atendimento individualizado através de plataformas tais como o “Skype” ou o “Zoom”.

Não se tratam de aulas particulares de nenhuma disciplina em especial, mas sim, de um acompanhamento destinado a orientar os estudantes, ajudá-los a empregar técnicas especialmente voltadas às suas necessidades e efetuar ajustes sempre que necessário.

Conheça nossa proposta. Temos a certeza de que você a apreciará. Contate-nos ainda hoje. Para mais informações, dispomos de um acesso via WhatsApp (mensagem escrita ou por voz) e de um e-mail:

Telefone:

(11)99317-5812 (WhatsApp)

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Aguardamos suas consultas e comentários. Nós nos comprometemos a lhe responder o mais brevemente possível. Até logo mais!

 

Créditos:

Primeira e segunda ilustrações: https://www.flaticon.com/br/autores/flat-icons

Terceira ilustração: https://www.flaticon.com/br/autores/pixelmeetup

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