Percepções acerca do ambiente escolar, acadêmico e dos estudos (parte X)

“Obter boas notas nas provas depende apenas de quanto tempo você se dedica aos estudos… Será mesmo?”

 

Dentre todos os artigos que já publicamos, referentes aos mitos envolvidos no ato de estudar, o tema que aqui exploraremos com certeza consiste na mais clássica das falácias.

Com efeito, é extremamente usual relacionarmos aprendizagem  com o tempo em que permanecemos sentados, “estudando” (exatamente, entre aspas!) e, em consequência, sermos brindados com a obtenção de bons resultados nas avaliações (testes, provas, exames).

Cabe destacar que estes três fenômenos, por assim dizer, o “tempo de estudo”, a “aprendizagem” e os “bons resultados” não apresentam uma relação causa-efeito direta: “se eu dedicar tempo estudando bastante então aprenderei e em decorrência disto minhas notas serão altas!” O processo não é tão simples e determinístico como muitos supõem e as variáveis envolvidas são imensas.

O que podemos fazer, isto sim, é conhecer e dominar os principais elementos que afetam o processo de estudo e aprendizagem (na prática, nunca  todos os elementos…), procurando assim almejar boas avaliações (que também, por sua vez, possui suas variáveis próprias).

Iniciemos nossa análise através do item “tempo de estudo”. Estamos nos referindo ao tempo dedicado ao estudo, o tempo efetivo voltado aos estudos, não àquele tempo durante o qual a pessoa “acha que está estudando…”. Para que este tempo seja realmente bem aproveitado, um conjunto de fatores está envolvido no contexto: a capacidade de concentração, a organização das tarefas, a definição das prioridades, a ansiedade e o stress, a procrastinação e tantos outros.

Já no âmbito do processo de aprendizagem, podemos caracteriza-la como efetiva a partir do momento em que a absorção da matéria a ser estudada comprovadamente acontece, quando percebemos que os conceitos foram processados e retidos na memória. Há técnicas de verificação para tanto, permitindo que consigamos mensurar e nos certificar de que a aprendizagem ocorreu.

Teoricamente, com base em tais procedimentos, os resultados do processo de avaliação, sejam eles provas, testes, exames orais ou escritos, estariam garantidos. No entanto, isto não necessariamente é o que acontece, e a frustração pode se estabelecer.

Interessante citar que pode-se constatar também um outro fenômeno, inverso, o qual poderia ser justificado pela sorte, pelo estudo intensivo ao longo de uma noite na véspera da prova (o popular “rachar”…), pelo estar no “momento certo no local correto, circundado pelas pessoas adequadas”, e até, eventualmente, pela utilização de recursos ilícitos: ser bem avaliado sem que a aprendizagem tenha  ocorrido e/ou sem que o aluno tenha dedicado um tempo mínimo que seja para seus estudos. Tratam-se porém de situações e condições fortuitas, que não necessariamente se repetem com frequência. Digamos que sejam  “sucessos ocasionais” e que, na prática, não se revelam como algo benéfico ao estudante. Descartemos portanto estes casos especiais.

Conforme já foi sugerido várias vezes neste texto, mas vale insistir, a lógica nos leva a acreditar que com a dedicação no que tange ao tempo de estudo e com a aplicação de esforços para fixar a matéria a ser assimilada, a aprendizagem acontece e os bons resultados nas avaliações seriam uma certeza. Porém, infelizmente sabe-se que tal garantia inexiste, Acrescente-se também que há muitos aspectos antes e durante as próprias avaliações que podem interferir negativamente nos resultados.

Há também aqueles (diga-se de passagem, a maioria), que saltam o passo intermediário (a aprendizagem) e partem do seguinte pressuposto: “se eu reservar um bom tempo aos estudos, consequentemente serei agraciado com boas notas”… Para evitar decepções, temos de ter muito cuidado com estas suposições. De fato, existem elementos que não estão sendo levados em conta em todas estas considerações. O relacionamento entre tempo de estudo, aprendizagem e a realização de boas avaliações dependem, conjuntamente, de muitos outros fatores, muitos deles observáveis e controláveis, com a possibilidade de serem otimizados. Todavia, indubitavelmente, há aqueles que dependem das circunstâncias e de aspectos não-controláveis, porém observáveis. Não podemos nos esquecer também de elementos que interferem no processo e que não são nem ao menos observáveis, ou, em outras palavras, não-identificáveis!

Dentre os elementos que são observáveis e controláveis, destacam-se: o correto dimensionamento do grau de dificuldade da matéria a ser estudada, nem subestimando-a e nem elevando-a a um grau de dificuldade irreal, a organização do material a ser estudado, as técnicas a serem adotadas ao longo do processo (seja enquanto o(a) aluno(a) assiste às aulas, estuda em casa ou ao ser submetido(a) a avaliações), a adequação do tempo de estudo disponível, a preparação das condições para o estudo bem como da definição das prioridades a serem seguidas, sem deixar de lado questões tais como o foco nas atividades a serem executadas, a disciplina, a elaboração de um cronograma factível para o programa de estudo poder se desenvolver adequadamente e respeito aos prazos dedicados a cada tópico a ser estudado. Evitar distrações (através da aplicação de técnicas para tanto) e o estabelecimento de objetivos a serem atingidos também podem ser incluídos.

Elementos observáveis e não-controláveis, por sua vez, abrangem a indisponibilidade de locais adequados para o estudo, equilíbrio e evitar pensar em outros problemas enquanto o processo de estudo se desenvolve, a motivação – que pode flutuar para melhor ou pior ao longo do dia-a-dia, a criatividade (outro fator que se altera, normalmente devido e acontecimentos externos), o desejo de disponibilizar mais tempo para os estudos do que aquele que usualmente dedicamos, os momentos de descanso que tanto precisamos mas que normalmente não aproveitamos adequadamente, etc. (isto apenas para citar alguns que, em princípio, não conseguimos domar).

Conforme o caso, o stress, a ansiedade, a má alimentação, o sono insuficiente e, genericamente, a baixa qualidade de vida também poderiam ser enquadrados como fenômenos relevantes dentre aqueles categorizados como sendo observáveis porém não-controláveis.

Em se tratando dos problemas não-observáveis, em princípio não há muito o que fazer, pois nem ao menos tomamos consciência deles. Atuam em nosso cotidiano mas não os identificamos. Como exemplos, comentários feitos por alguém e que, conscientemente nem chegamos a notar potenciais danos, mas que permanecem em nossas mentes, aguardando o momento de se manifestar, traumas devido a situações passadas que nos afetam porém não os associamos com nossos problemas de estudo, dentre muitos outros acontecimentos, sejam eles ocorridos recentemente ou em passado remoto.

Nosso trabalho está norteado para o “aprender a estudar”. Através de um processo de mentoria, procuramos, através de bate-papos com nossos clientes – alunos com dificuldades nos estudos – conhece-los, identificar suas particularidades e, com base nisso, propor-lhes técnicas de estudo personalizadas com o objetivo de ajuda-los definitivamente no processo de melhor aproveitar seu tempo na Escola, na Universidade e também nos estudos em casa.

Procuramos rastrear os problemas observáveis e controláveis, propondo e aplicando soluções. Quanto aos elementos observáveis e não- controláveis, há a possibilidade de estabelecermos, em muitos deles, soluções parciais que podem ser de grande auxílio ao estudante.

Com estas ações, os problemas não-observáveis e consequentemente não-controláveis não desaparecem. No entanto, perdem importância. O progresso se torna evidente  e o aluno só tem a lucrar em termos de aprendizagem e eficiência nos estudos.

Conheça nosso trabalho. Contate-nos ainda hoje e converse conosco. Dispomos para tanto de um telefone:

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